A séria denúncia do filme sobre quem lucra com a "repressão" ao tráfico de drogas (o de armas continua intacto, e agora será parcialmente substituído pela venda legal de armas ao Estado - o Rio ganhará R$500 milhões em equipamentos bélicos para a repressão) parece, afinal não ter ultrapassado a consciência dos seus autores, atores e parca parcela da sociedade. Senão vejamos:
O filme foi visto oficialmente por 6,2 Milhões de pessoas, fora, acredito, por outro tanto nas cópias piratas, isto é, por quase 10% da população brasileira e uns 30$% da população jovem/adulta deste país, certamente.
Mas, a meu ver, uma minoria viu um filme e a maioria deve ter visto outro filme.
A minoria viu um filme que mexe com a consciência das pessoas, informa com clareza inequívoca (reforçada pelas divulgadíssimas opiniões dos seus autores e atores), pois denuncia que o que passamos nada mais é do que uma "troca de comando" nas atividades ilícitas, agora nas mãos das milícias onde não têm nenhuma comunidade sob a sua guarda atingida pelas UPPs, e agora pela própria estrutura da Polícia e de agentes dos Governos, que segundo declarações de ontem do criador do BOPE , o Cel. Amêndola (que não é tratadista que eu cite normalmente...), dizendo que "há figurões da estrutura do Poder que mantêm contatos diretos com traficantes, mostrando-nos esta ação que quando há vontade política, as coisas acontecem, e se houvesse menos corruptos no Poder, as coisas estariam melhores - o Cel. Amêndola é favorável a ação repressiva indiscriminada que vemos).
Mas, a maioria dos que viram o filme, a meu ver, viram apenas um filme de Ação Policial, com a estética Global/Holiudiana que os distraiu do conteúdo mais profundo que o diretor do filme quisera passar para o público. Uma espécie de Avatar Tupiniquim (sou mais alice no país das Maravilhas, do Tim Burton e Johnny Deep)
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