Nise, e logo se pôs a contemplar-vos,
Bem merece morrer por conversar-vos
E não poder viver sem merecer-vos”.
Outras, uma requintada exploração da psicologia amorosa, como, por exemplo, na expressão da timidez do amante, temeroso do desprezo da amada:
“Largo em sentir, em respirar sucinto,
Peno, e calo, tão fino, e tão atento,
Que fazendo disfarce do tormento,
Mostro que o não padeço, e sei que o sinto”.
Chega também, freqüentemente, a um realismo irônico, quase cínico, como nos seguintes versos em que busca definir o amor:
“Isto, que o Amor se chama,
este, que vidas enterra,
este, que alvedrios prostra,
este, que em palácios entra:
[.......................................]
este, que o ouro despreza,
faz liberal o avarento,
é assunto dos poetas:
[.......................................]
Arre lá com tal amor!
isto é amor? é quimera,
que faz de um homem prudente
converter-se logo em besta”.
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