19 de nov. de 2010

O BOCA DO INFERNO EM UM POEMA BARROCO


      “Quem a primeira vez chegou a ver-vos,
      Nise, e logo se pôs a contemplar-vos,
      Bem merece morrer por conversar-vos
      E não poder viver sem merecer-vos”.
      Outras, uma requintada exploração da psicologia amorosa, como, por exemplo, na expressão da timidez do amante, temeroso do desprezo da amada:
      “Largo em sentir, em respirar sucinto,
      Peno, e calo, tão fino, e tão atento,
      Que fazendo disfarce do tormento,
      Mostro que o não padeço, e sei que o sinto”.
      Chega também, freqüentemente, a um realismo irônico, quase cínico, como nos seguintes versos em que busca definir o amor:
      “Isto, que o Amor se chama,
      este, que vidas enterra,
      este, que alvedrios prostra,
      este, que em palácios entra:
      [.......................................]
      este, que o ouro despreza,
      faz liberal o avarento,
      é assunto dos poetas:
      [.......................................]
      Arre lá com tal amor!
      isto é amor? é quimera,
      que faz de um homem prudente
      converter-se logo em besta”.

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QUEM NÃO OUSARIA????????

QUEM NÃO OUSARIA????????
COLHER TÃO LINDA ROSA?????

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